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Arquitetos: António Costa Lima Arquitectos
- Área: 3800 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Francisco Nogueira, Laura Deus, André Ribeiro
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Fabricantes: elZinc

Descrição enviada pela equipe de projeto. A Travessa da Horta Navia testemunha, a par da Rua Maria Pia, a transição do bairro habitacional para a zona mais chegada ao sopé do vale de Alcântara onde ainda abundam os edifícios de morfologia logística e industrial.

O conjunto dos dois edifícios é imagem exemplar desta colagem de morfologias. Deste modo, programou-se a recuperação do conjunto, no sentido de preservar a sua memória, pelo reconhecimento do seu valor no contexto da rua e do local.


A obra de ampliação visa a alteração para a nova utilização de habitação num novo edifício de 4 pisos (+ sótão) e 2 caves destinadas ao parqueamento automóvel.


Resulta um edifício composto que congrega a casa principal (palacete) com a parte da antiga fábrica. Se por um lado o primeiro receberá uma obra de reabilitação pura, por outro, o segundo receberá uma obra mais intrusiva a nível estrutural que recupera apenas as paredes estruturais do perímetro global do edifício.

A ideia concilia dois propósitos. O primeiro reside na reconfiguração da escala industrial através do grande plano da cobertura.

Por outro lado e também pelo desenho da cobertura, que se assume como o “5º alçado” do edifício, reinterpreta-se a própria encosta do Vale de Alcântara que intercala volumetria edificada, terrenos baldios, vertentes de telha e arvoredo mais ou menos disperso.

Para esse efeito, contribuem os vários elementos que caracterizam esta cobertura: o revestimento em zinco de cor de terra, o recorte disperso dos terraços, as telas microperfuradas inclinadas que amenizam a sua presença e o recobrimento vegetal parcial dos terraços, que incluem espécies arbustivas de médio porte. Todos estes elementos são conjugados numa membrana têxtil semi-opaca/semi-vegetal que cobre a maior parte do edifício.

A intervenção promove, deste modo, uma relação dialética entre o passado e o presente. Esta intenção é encarada no âmbito de uma revitalização deste importante bairro nuclear da cidade de Lisboa, que tanto tempo foi esquecido e evitado, atingindo um grau de degradação sem sentido.


Pretende-se colaborar, acima de tudo, nessa tendência de revitalização que move finalmente uma série de iniciativas da esfera pública e do sector privado.







































